segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Samba: alegria nos corações brasileiros


O samba não é só gênero musical. É canto e dança, é a arte do encontro e da confraternização. É um modo de vida. É matriz africana com alma brasileira. Marginalizado nas primeiras décadas do século XX, ganhou status de símbolo nacional, quando intelectuais e artistas populares nele se encontraram.

Na forma originária, é Samba de Roda onde as pessoas cantam e dançam juntas, marcando o ritmo batendo as palmas das mãos. Na forma que o tornou a mais marcante manifestação musical popular brasileira, espalhou-se como Roda de Samba, reunindo cantores, compositores, instrumentistas e o povo. Grande parte dos sambas são criados nas rodas, a ponto de se dizer que a roda é o coração do samba.

O carnaval brasileiro é quase sinônimo de samba, seu principal ritmo. As Escolas de Samba, historicamente, foram alimentadas pela poesia, pela ginga e pelo trabalho braçal dos sambistas. Embora hoje se questione que a megaprodução do carnaval aconteça em detrimento do Samba, é ele que alimenta a vida nas quadras das escolas, o ano inteiro.

O samba é uma das culturas exemplares em termos de grupos criativos, inclusive com redes de criação: compositores e instrumentistas estabelecendo constantes parcerias. Inspira e relaciona gerações. Há inúmeros sambas onde um sambista homenageia outro, seja como inspirador do passado, seja como exemplo do presente. Há toda uma literatura do samba passada e cantada de geração a geração, chamada de Samba de Raiz.

Se podemos dizer que certas culturas têm uma memória viva, do samba podemos dizer isso literalmente: as escolas de samba cultuam e cultivam suas velhas guardas (iniciativa que devemos a Paulinho da Viola), que apresentam-se pelo Brasil e no exterior.

O samba é uma fonte de leitura de mundo. Desdobra-se criticamente sobre a política, o futebol, os costumes, o cotidiano e a história brasileiras. E transforma tudo isso em poesia e batucada.

Noel Rosa, boêmio, apaixonado pelo povo, curioso com o cotidiano, crítico, não podia mesmo dar em outra coisa: deu em samba. E nos deu muitos de nossos mais belos sambas. É por isso que vive eternamente, no coração da gente...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Samba no Colégio anima comunidade universitária

O grupo londrinense Entretantas agradou e arrancou elogios de mais 300 pessoas em seu show no Restaurante Universitário – RU da UEL, dia 19. O espetáculo didático “Samba no Colégio”, apresentado pelo grupo, fez parte do projeto cultural “Menestréis de Noel”, patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura – Promic. “Acertamos em cheio ao escolher a UEL como um dos pontos de apresentação do espetáculo didádico, pois muita gente ainda não conhecia o repertório que apresentamos, juntando a trajetória de Noel Rosa e suas composições”, diz Juliana Barbosa, coordenadora do projeto.

No espetáculo, as músicas de Noel Rosa foram entremeadas com histórias e curiosidades sobre a vida do compositor. Sambas como “Com que roupa”, “Conversa de botequim”, “Provei”, “Feitio de Oração” e “Pastorinhas” foram interpretadas com muito afinamento pelo grupo, composto só por mulheres. E elas foram atentamente acompanhadas por alunos, professores e funcionários da UEL, mostrando que o espaço do RU é para mais que comida, sendo também adequado para diversão e arte. O nome do espetáculo “Samba no Colégio” é uma brincadeira que contradiz o próprio Noel Rosa em sua letra que diz: “samba não se aprende no colégio”.

Outras apresentações do Samba no Colégio estão previstas para acontecer no Sesc Fernando de Noronha, dia 16 de setembro, na Concha Acústica, dia 17, e no Colégio Vicente Rijo, dia3 de novembro. Além da apresentação didática do grupo Entretantas, o Projeto Menestréis de Noel está produzindo em um laboratório criativo com sambistas, músicos, escritores, artistas de diversas linguagens e o público amante do samba, o espetáculo cênico-musical Feitiço na Vila para ser apresentado em dezembro, na Vila Cultural Cemitério de Automóveis. As atividades comemoram os 100 anos de nascimento do poeta de Vila Isabel, uma das raízes fortes da música brasileira.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Menestréis de Noel trabalham como grupo criativo

O projeto MENESTRÉIS DE NOEL, patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura – Promic, vai homenagear Noel Rosa divulgando sua obra e pesquisando sua estética criadora, num ambiente pensado para inspirar os artistas e fertilizar a cultura do samba na cidade.


O Projeto está reunindo sambistas, músicos, escritores, artistas de diversas linguagens e o público amante do samba em um laboratório criativo, gerando um espetáculo cênico-musical que será apresentado em encontros chamados Feitiço na Vila, em dezembro, na Vila Cultural Cemitério de Automóveis, em Londrina. Além disso, o projeto vai produzir e apresentar espetáculos didáticos, chamados de Samba no Colégio, onde o grupo londrinense Entretantas vai cantar e contar ao público aspectos da obra de Noel.

Reunir Menestréis de Noel é uma maneira de falar que o projeto quer reunir amantes e pensantes da cultura do samba. Entendemos o samba como uma cultura de brasilidade, com suas rodas de convivência criativa, sua tradição de criação em parcerias, sua musicalidade, dança, ginga e profunda presença da vida popular.

O projeto Menestréis de Noel trabalha com a proposta de Grupo Criativo, reunindo pessoas que pesquisam e criam coletivamente, bem diferente das criações centradas na concepção de um único dramaturgo ou diretor, que enfatizam obter um produto. A proposta do Projeto é que a produção cultural seja educativa dos participantes do ato artístico, sejam artistas ou público.

Trabalhar um Grupo Criativo é ativar um jogo (na forma de desafio prazeroso) e um laboratório (experimentar e criar diante do desafio colocado). Há quem ainda creia que a arte é fruto de grandes dons e a criação uma espécie da inspiração mágica do artista. Mas ninguém nasce sabendo ou cria apenas por tropeçar no acaso. No texto “O autor como produtor”, Walter Benjamin fala da necessidade de criarmos não só obras artísticas, mas condições de produção, lembrando-nos que estamos em época de fusão das formas artísticas – uma espécie de grande laboratório criativo, como conscientemente propomos no projeto.

“Samba no Colégio” homenageia Noel Rosa nos 100 anos de seu nascimento

A comemoração do centenário de nascimento do compositor Noel Rosa ganha destaque em Londrina, com apresentação do espetáculo Samba no Colégio pelo grupo musical Entretantas. O grupo canta músicas do repertório do poeta da Vila, entremeadas de comentários sobre a vida e a obra de Noel Rosa, para informar e formar novos amantes do samba.
O espetáculo faz parte do projeto Menestréis de Noel, patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura – Promic, que homenageia Noel Rosa, um dos maiores ícones da música brasileira, cuja criação influencia continuamente o samba e o cenário poético-musical. Apresentações do Samba no Colégio vão acontecer no Sesc Fernando de Noronha, dia 16 de setembro, na Concha Acústica, dia 17, e no Colégio Vicente Rijo, dia3 de novembro. 

O grupo Entretantas é formado exclusivamente por mulheres da cidade de Londrina. Há quatro anos elas se apresentam em bares e espaços culturais da cidade. O grupo toca e canta contando o modo de vida do povo, seu cotidiano, seus amores e suas dores. Por isso o repertório de Noel Rosa caiu como uma luva para as vozes e os gostos do Entretantas, do qual fazem parte Bete Frigeri (violão, cavaquinho, voz), Márcia Nester (voz), Maria Irene (voz), Mauren Picelli (percussão e voz), Regina Reis (violão, percussão e voz) e Sílvia Borba (voz), todas em busca de algo a dizer através do samba.